Ven. Guido Schaffer
*nascido
22.5.1974
+ falecido
1.5.2009

Biografia extraÃda do site oficial guidoschaffer.com.br
(http://guidoschaffer.com.br/biografia/biografia_guido_schaffer_em_portugues.pdf)
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do Venerável Guido!
�A estas palavras, Jesus falou: Ainda
te falta uma coisa: vende tudo o que tens, d�-o aos pobres e ter�s um tesouro
no c�u; depois vem e segue-me.� (Lc 18, 22). Guido, ao meditar estas palavras,
n�o tendo nada em seu nome a n�o ser seu diploma de m�dico, decidiu dedicar a
medicina aos pobres. E, deixou casa, pai, m�e, fam�lia, amigos, para seguir
Jesus.
Nasceu em 22 de maio de 1974, na
cidade de Volta Redonda, RJ, Brasil, filho de Guido Manoel Vidal Sch�ffer e de
Maria Nazareth Fran�a Sch�ffer. Desde o nascimento residiu com os pais na
cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana. Foi batizado na Matriz de
Santa Cec�lia, em Volta Redonda (RJ), em 22 de dezembro de 1974. Recebeu a
Primeira Eucaristia em 11 de dezembro de1983 e o Crisma em 02 de dezembro de
1990, ambos na Par�quia de Nossa Senhora de Copacabana, na cidade do Rio de
Janeiro. Cursou os ensinos fundamental e m�dio no Col�gio Sagrado Cora��o de
Maria no per�odo de 1979 a 1991.
Os tra�os que marcam a inf�ncia e
adolesc�ncia do Guido s�o de uma crian�a e um jovem saud�vel, com gosto pela
praia, pelo mar, pelos esportes. De comportamento d�cil, fazia amigos com
facilidade. Seus pais cat�licos fervorosos levavam os filhos �s missas
dominicais e os ensinavam a rezar todas as noites. O pai de Guido � m�dico e
sua m�e � membro da Comunidade Bom Pastor (RCC), tendo trabalhado
voluntariamente pela evangeliza��o nas escolas p�blicas. Desde a juventude,
Guido chamava seus amigos para Cristo, primeiro para fazerem o curso da Crisma
e depois para participarem do Cen�culo (Movimento Sacerdotal Mariano) que
Nazareth realizava uma vez por m�s com os filhos e seus amigos.
Cursou Medicina na Faculdade T�cnica
Educacional Souza Marques (1993 a 1998), no Rio de Janeiro. No ano que se
formava em medicina iniciou o Grupo Fogo do Esp�rito Santo com o Pe. Jorj�o
(grupo de ora��o da RCC, na Par�quia de Nossa Senhora da Paz, Ipanema). Fez
resid�ncia em Cl�nica m�dica, na Santa Casa de Miseric�rdia, sob a chefia do
Prof. Clementino Fraga Filho, no per�odo de 1999 at� mar�o de 2001 (4� e 20�
Enfermarias). Ap�s a resid�ncia, trabalhou no corpo cl�nico de ambas as
enfermarias, durante o ano de 2001. Decidiu-se por exercer a medicina como
cl�nico geral, especialidade que amava porque lhe permitia avaliar o paciente
como um todo. Considerava a cl�nica geral um desafio, pela necessidade de
manter um bom conhecimento sobre todas as �reas da medicina. Durante sua
forma��o acad�mica dedicou-se tamb�m ao atendimento aos pacientes com HIV, no
Hospital Evandro Chagas (Funda��o Osvaldo Cruz), pois considerava primordial
que um cl�nico geral conhecesse bem os sintomas da doen�a, a fim de detect�-la
com maior brevidade, possibilitando maior �xito ao tratamento. Atuando como
m�dico na Santa Casa, Guido testemunhava sua f�, como citou o Professor
Clementino Fraga Filho, em homenagem realizada ap�s a sua morte: �Em todo o
tempo, dava testemunho de sua f�, no seu proceder irrepreens�vel com os outros.
Vivia conforme os valores crist�os da cordialidade, temperan�a, caridade e justi�a.�
Aproximou-se da pastoral da sa�de quando trabalhava como m�dico na Santa Casa
de Miseric�rdia. Duas integrantes da pastoral visitavam os enfermos e ficaram
interessadas pela maneira carinhosa como aquele m�dico atendia os pacientes.
Convidaram-no a participar da missa, ele aceitou e logo passou a ajud�-las.
Guido ainda namorava, pensava em se
casar e seguir a carreira m�dica, que exercia na Santa Casa e em cl�nica
particular. Um dia, em retiro na comunidade Can��o Nova, ouviu um padre pregar
a seguinte passagem b�blica: �N�o desvieis o vosso olhar do pobre e Deus
tampouco se desviar� de ti.� (Tobias 4, 7). Nesse momento refletiu quantas
vezes havia desviado o olhar dos pobres. Pediu perd�o a Deus e lhe pediu:
�Jesus, me ajuda a cuidar dos pobres�. Uma semana depois conheceu as irm�s da
ordem fundada por Madre Teresa de Calcut� (Mission�rias da Caridade), cuja
miss�o � cuidar dos pobres. Compreendeu que Deus ouvira seu pedido e estava lhe
dando a dire��o da medicina que Ele queria. Ofereceu seu trabalho �s irm�s da
Madre Teresa e come�ou a atender os pobres de rua. Assim ao trabalho da
prega��o da Palavra de Deus no grupo de ora��o, se somou o trabalho como m�dico
junto aos irm�os de rua. Chamou os outros jovens do Grupo Fogo do Esp�rito
Santo a participarem do atendimento aos pobres de Madre Teresa e da pastoral da
sa�de da Santa Casa e muitos o ajudaram, com trabalho e donativos. Levou
m�dicos da Santa Casa para ajudarem as Mission�rias da Caridade. Uma dessas
m�dicas, vendo o trabalho que realizavam o incentivou a ler a vida de S�o
Francisco de Assis (�O irm�o de Assis�, de In�cio Larra�aga), livro que foi uma
grande luz de Deus em sua vida. Da participa��o nestas obras de caridade temos
relatos de curas inexplic�veis, de convers�es, de moradores de rua que
decidiram lutar contra os v�cios etc. (testemunho publicado pela Revista Jesus
Vive e � o Senhor). A Irm� Caritas (MC) que acompanhou o trabalho do Guido
junto � casa das Mission�rias da Caridade na Lapa escreveu: �Sua �nica
preocupa��o era salvar almas. Levar todos a um encontro pessoal com Cristo.
Para isso n�o media esfor�os. De fato, toda a sua conversa era com Ele e a Ele
direcionada. N�o perdia uma oportunidade de proclam�-lo. Fosse com palavras ou
com o pr�prio exemplo. Quando atendia os irm�os de rua, n�o s� zelava pela
sa�de do corpo, mas e sobretudo da alma. A nenhum deles deixou de falar de
Cristo. Muitos deles saiam do consult�rio em l�grimas e profundamente tocados.
Orava por e com cada um e os convidava a receber os sacramentos como fonte de
gra�a e comunh�o com Deus. Muitas vezes usava dos carismas com que o Senhor o
agraciava. Presenciei v�rias vezes, sobretudo o carisma da Palavra de Ci�ncia.
A todos tratava com delicadeza, paci�ncia e compreens�o. Nunca o vi irritado ou
impaciente com ningu�m. Mesmo quando algu�m vinha embriagado ou sob efeito de
drogas e procurava confus�o. Sempre tinha tempo para cada um. O seu exemplo me
edificava e... corrigia!� �s palavras da Irm� Caritas (MC) fazem eco as vozes
dos que conheceram o Guido e com ele conviveram ou trabalharam, seja em
fam�lia, nas enfermarias da Santa Casa, no grupo de ora��o, na pastoral da
sa�de, no lar das mission�rias, no Mosteiro e no Semin�rio. Somam-se ainda, o
testemunhos de muitas pessoas a quem ele levou uma palavra de consolo,
estimulou na f�, incentivou a continuar um tratamento m�dico.
Chamado ao sacerd�cio, foi
acompanhado pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Karl Josef Romer. Cursou
Filosofia (2002 a 2004) e Teologia (2006/2007), no Instituto de Filosofia e Teologia
do Mosteiro de S�o Bento do Rio de Janeiro. Como aluno externo, Guido conseguiu
conciliar os estudos preparat�rios para o sacerd�cio com o apostolado que
exercia como leigo. Continuou prestando assist�ncia � Pastoral da Sa�de da
Santa Casa da Miseric�rdia e fazia prega��es onde o chamassem. Trabalhava
voluntariamente como m�dico, atendendo na Santa Casa da Miseric�rdia e no lar
das Mission�rias da Caridade, na Lapa. Ajudava tamb�m aos seminaristas, que
necessitavam de atendimento m�dico, levando-os � Santa Casa e prestava
atendimento como m�dico em eventos da Igreja. Em 2008, ingressou no Semin�rio
S�o Jos� (Rio de Janeiro), para cursar os dois �ltimos anos do curso de
teologia, pois � necess�rio um per�odo m�nimo de vida no semin�rio para a
ordena��o sacerdotal. Segundo testemunho de seus colegas de filosofia e
teologia na Faculdade de S�o Bento, Guido nunca falava mal de ningu�m e quando
os encontrava comentando epis�dios que haviam causado revolta, com habilidade
desviava o assunto e os levava para uma ora��o. Assim, n�o permitia que se
cultivassem inimizades e semeava a paz em seu ambiente de estudo. Al�m disso,
Guido possu�a profundo conhecimento das escrituras sagradas e uma mem�ria
prodigiosa, citando de cor os textos e sabendo sua exata localiza��o,
auxiliando a diversos colegas em seus trabalhos e at� aos professores durante
as aulas. Observaram tamb�m seu grande amor pela eucaristia, que em monografia
descreveu como rem�dio para a alma e para o corpo, utilizando na explica��o
seus conhecimentos m�dicos. Guido pregava o que vivia por isso sua prega��o era
convincente. Ele era aut�ntico. No ano de 2005, residiu por alguns meses em
Queluz (SP) por sugest�o do Pe. Jonas Abib (Can��o Nova), para melhor discernir
sua voca��o. Guido sentia vontade de realizar muitas coisas: queria ser
sacerdote, queria formar uma comunidade de vida a exemplo da Can��o Nova,
pensava em estudar no semin�rio ligado a esta comunidade. Monsenhor Verreschi,
que � �poca foi p�roco em Queluz e � o reitor do Semin�rio de Lorena (SP),
observou no Guido duas caracter�sticas: uma �ansiedade� de realizar r�pido
diversos trabalhos para Deus; e ao mesmo tempo a obedi�ncia em aceitar os
�n�os� a algumas de suas id�ias. Em Queluz, Guido atuou como m�dico volunt�rio
da prefeitura e no ambulat�rio m�dico Pe. Pio em Cachoeira Paulista. Realizou
tamb�m neste per�odo, um trabalho de evangeliza��o pela r�dio Caminho do Sol,
em Queluz. � lembrada por todos os que conviveram com o Guido em Queluz, a
dedica��o dele aos pobres e ao pr�ximo. Seja atendendo gratuitamente no posto
m�dico, seja orando por todos os que lhe pediam, escutando e aconselhando.
Recordam das vezes que foram levar comida aos pobres de rua � noite, da forma
como o Guido falava com eles, olhando-os nos olhos, conversando com carinho, e
da alegria que experimentaram neste servi�o. Numa dessas idas, fazia muito frio
e um dos tr�s moradores de rua n�o tinha agasalho, o Guido tirou seu casaco (um
casaco de couro muito bonito) e o deu ao pobrezinho, que pulou de alegria.
Em 01 de maio de 2009, com trinta e
quatro anos de idade, Guido faleceu, v�tima de uma contus�o na nuca que gerou
desmaio e afogamento, enquanto surfava, na praia da Barra da Tijuca, Rio de
Janeiro. A muitos amigos Guido havia externado um desejo: se Deus lhe permitisse,
gostaria de morrer no mar, onde sentia a presen�a de Deus a lhe falar na
natureza.
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