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Um pároco zeloso e seu dedicado coroinha, assistindo comunidades em terras quase selvagens, numa época de lutas! Servindo a Igreja uniram o próprio sangue ao sangue do Redentor!...


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- Venerável Frei Damião de Bozzano

Venerável Frei Damião de Bozzano

(5/nov/1898 - 31/maio/1997)

 

sacerdote e religioso capuchinho

 

Conhecido no Nordeste brasileiro como o “santo das missões”, Frei Damião era natural da cidade de Bozzano, na região da Toscana, Itália. Nasceu no dia 5 de novembro de 1898, filho dos camponeses Félix e Maria Giannotti, e no batismo recebeu o nome de Pio Giannotti. Desde  criança manifestou sua piedade e seu gosto pela oração e meditação, trazendo continuamente consigo a cruz de Jesus Crucificado.

O pequeno Pio começou seus estudos religiosos aos 12 anos na Escola Seráfica de Camigliano e aos 16 ingressou na Ordem dos Capuchinhos, em maio de 1914, recebendo o hábito religioso no Convento da Vila Basílica.

Com a eclosão da 1ª guerra mundial em 1917, foi convocado para servir no exército italiano, onde passou três anos, afastado dos estudos religiosos. Após este período retornou à vida religiosa e foi ordenado sacerdote em 5 de agosto de 1923, na Igreja de São Lourenço de Bríndisi, em Roma. Completou sua formação na Universidade Gregoriana, onde fez doutorado em Teologia Dogmática, Filosofia e Direito Canônico.

Em 1931, aos 33 anos, frei Damião deixou a Itália acompanhado por outros dois frades,  rumo ao Brasil. Veio para o convento da Penha, em Recife, PE. Celebrou  sua primeira missa no Brasil em Gravatá, a 83 km de Recife, a 5 de agosto de 1931. Logo no início ele tinha dificuldades em se comunicar com os fiéis. Utilizava uma linguagem gestual, que logo se desfez, quando passou a conhecer melhor a língua portuguesa. Em pouco tempo de trabalho missionário, sua figura carismática já chamava atenção dos humildes habitantes dos povoados, vilas e lugarejos do sertão nordestino, nas suas contínuas andanças pregando o evangelho e normas da conduta cristã.

De 1939 a 1945, período em que ocorreu a Segunda Guerra Mundial, Frei Damião, foi proibido de realizar missões, devido a sua origem italiana, permanecendo recluso em um convento em Maceió até 1945.

Preocupação constante de frei Damião era confessar, realizar casamentos coletivos, batizar e celebrar a eucaristia. O povo sofrido de imediato reconheceu nele seu apóstolo maior. Recebeu o título de cidadão honorário de 27 cidades, concedidos em reconhecimento pelos grandes benefícios que trazia à população.

Frei Damião pregava as missões por dias seguidos, até uma semana, em uma atividade intensa, sempre em presença de grande massa popular. Houve épocas  em que chegou a passar nove meses seguidos fora do convento, viajando de cidade em cidade.

Como eram os dias de missão? Frei Damião, de campainha na mão, cantava e chamava o povo para a Igreja, para a Procissão da Penitência, às quatro horas da manhã. Às cinco horas era celebrada a primeira missa, e depois disso a primeira pregação em praça pública. Continuava então atendendo as confissões até meio-dia, fazendo uma pausa para o café às sete. Meio-dia almoço, breve repouso para meditação e retorno ao confessionário. A tarde é dividida entre confissões, palestras para  padres, mulheres casadas, solteiras e catequese de crianças. Realiza também batizados, crismas e casamentos coletivos. No fim da tarde o terço, mais uma pregação e de volta ao confessionário até a meia-noite. Às quatro da manhã, de novo com a campainha na mão, tudo recomeça, por dias seguidos...Foi sempre assim, nordeste afora, durante 60 anos.

Homens e mulheres de todas as idades acorriam de todas as partes, alguns viajando centenas de quilômetros, para receber bênçãos, pedir graças e perdão para os pecados. Sua fama de milagreiro  se espalhou entre o povo a ponto de que muitos se aproximavam apenas para tocar suas vestes, recolher restos de suas refeições, objetos que ele houvesse tocado, acreditando que receberiam graças e cura para seus males. Pesquisa realizada em 1988 por seminaristas do Instituto Teológico do Recife registrou 80 milagres creditados a Frei Damião, tanto “curas assombrosas” como domínio de fenômenos da natureza, como os apelos de chuva nas regiões tão afetadas pela seca prolongada. Mas nosso religioso advertia: “é o povo que inventa os milagres...os milagres só chegam para quem tem fé”. Mesmo assim, tem-se notícias de curas inexplicáveis acontecidas na região. A Igreja sempre tratou com muita prudência o assunto, procurando distinguir o verdadeiro do fanatismo, ou sensacionalismo.

Em suas andanças pelo nordeste frei Damião foi acompanhado durante os últimos 50 anos de vida pelo Frei Fernando Rossi, capuchinho italiano que o ajudava e assistia, principalmente nos últimos tempos, quando, já bem doente, tinha dificuldade de se locomover em virtude de uma deformação na coluna vertebral, que também prejudicava sua respiração. O médico Blancard Torres, que cuidou de sua saúde por muitos anos, reconhecia nele um paciente diferente: quando hospitalizado, quer sair para juntar-se aos romeiros e peregrinos no convento, sempre apegado ao terço que rezava continuamente; gostava da vida, e sobretudo tinha muita fé.

O mês de maio de 1997 foi de continuo sofrimento para nosso frei. Após internação no dia 7, no Hospital Português, no Recife, foi acometido por derrame cerebral no dia 13, e no dia 27 sofreu parada cardiorrerspiratória, vindo a falecer no dia 31, dia da Visitação de Nossa Senhora, às 19h20.

Romeiros de várias partes do Brasil, personalidades públicas, políticos, líderes religiosos de outras igrejas, e mesmo agnósticos, se dirigiram a Recife para acompanhar o velório. Parentes vieram da Itália para o último adeus. Após a missa campal celebrada no Estádio do Arruda, com a presença de cerca de 35 mil pessoas, seu corpo foi enterrado no convento do Pina, no dia 4 de junho. A notícia de sua morte repercutiu também na Itália, Portugal, Inglaterra e outros países; jornais, emissoras de rádio e televisão dedicaram notícias a seu respeito, lamentando a morte do “santo do nordeste”. O Papa João Paulo II se referiu a Frei Damião como um dos últimos grandes pregadores itinerantes do nosso tempo.

A mensagem de Frei Damião foi praticamente a mesma durante seus mais de 60 anos de missões populares: “Deus criou o homem para que, nesta vida, praticando a virtude e evitando o pecado, fique livre do inferno e ganhe o céu”. Condenava a impureza como o pecado mais comum. Foi considerado por muitos teólogos como ultrapassado, longe da realidade dos tempos e da própria Igreja, já sob a influência das  mudanças advindas com o Concílio Vaticano II. No entanto, os depoimentos de muitos bispos fazem-lhe justiça pelo seu trabalho junto às massas populares, um autêntico homem de Deus, pois jamais ensinou algo errado, e sua pregação era simples, direta, popular e incisiva. Convertia não só pela sua palavra, mas sobretudo pelo seu exemplo.

 

 

 

Oração

para pedir a beatificação e canonização

do Servo de Deus Frei Damião

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito santo!

Eu Vos adoro e Vos agradeço como fonte de todo Bem. Eu Vos agradeço pelas graças e favores concedidos ao vosso servo, o Missionário Frei Damião, durante sua longa vida terrena.

Pela vossa graça, ele foi discípulo e fiel seguidor de Jesus Cristo, no anúncio incansável da Palavra e no testemunho do amor aos pobres e pequenos. Segundo o exemplo do Mestre, ele foi o servidor dos irmãos, exercendo o ministério da acolhida e celebrando com eles a reconciliação com o Pai, no sacramento da Santa Confissão.

Pela vossa graça, o seu coração pulsou de inflamado amor por Jesus, por Maria e pela Igreja, aos quais ele foi fiel até o fim. Dignai-vos agora, ó Trindade Santíssima, enquanto glorificai nos céus os seus méritos, dons de Vosso Amor, fazei irradiar na terra as suas virtudes e exemplos, para a edificação dos Vossos fiéis e para o louvor do Vosso Nome, elevando-o à glória dos altares.

E, concedei-me, pela intercessão do Vosso servo Frei Damião, a graça que humilde e confiante Vos suplico... (menciona-se a graça silenciosamente).

Pai Nosso e Ave Maria

A Vós o louvor, a Vós a glória, a Vós a ação de graças, ó Bem-aventurada, ó Bendita, ó Gloriosa Trindade: PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO. AMÉM!

 

Dies natalis: 31 de maio

Restos Mortais: no Convento do Pina, Recife, PE (endereço abaixo).

Causa de Canonização: sediada na Arquidiocese de Olinda e Recife. Ator: Província Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil, dos Frades Menores Capuchinhos.

Abertura da causa em 31/jan/2003; início do Processo Informativo Diocesano em 31/maio/2003, 6º aniv. da morte. Decreto da Heroicidade das Virtudes pelo Santo Padre em 8.4.2019. 

Postulador Geral: Frei Flório Tessari, ofmcap; vice-postulador: Frei Rinaldo Pereira dos Santos, ofmcap

Bibliografia sobre frei Damião:

OLIVEIRA, Gildson. Frei Damião – o santo das missões. São Paulo: FTD, 1997

SILVA, José Luiz. Frei Damião. Natal, 1991

 Dr. Blancard TORRES. Frei Damião – o santo e o médico. Belo Horizonte: Ed. Alpha Ltda, 2004.

Para comunicar graças alcançadas por intercessão de Frei Damião:

Vice-Postulação da Causa de Beatificação de Frei Damião

Convento de São Félix de Cantalice

Rua José Rodrigues, 160  -  Pina

51011-400   Recife – PE

Tel.: (81) 3465-8632

rinacap@terra.com.br (vice-postulador Frei Rinaldo P. dos Santos, ofmcap)

 

 

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