O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, anunciou à imprensa que a celebração de beatificação de padre Eustáquio será no dia 15 de junho de 2006, em Belo Horizonte (Estado de Minas Gerais, sudeste do Brasil).
A celebração acontece no estádio do Mineirão, às 16 horas, durante a Festa de Corpus Christi, segundo informações da assessoria de comunicação da arquidiocese de Belo Horizonte.
O arcebispo acaba de chegar de Roma, onde, em audiência com o Papa Bento XVI, foram tomadas estas decisões.
Segundo Dom Walmor, «a celebração será presidida pelo cardeal Saraiva Martins, prefeito da Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, conforme decidiu o Santo Padre. E o dia foi escolhido por ser uma data importante no calendário litúrgico da Igreja. Em 19 de dezembro, o Papa Bento XVI promulgou os seus primeiros decretos como pontífice relativos às causas dos santos: foram ao todo 19 decretos: 9 Decretos relativos a um milagre, 2 Decretos sobre martírio e 8 Decretos sobre a Heroicidade das Virtudes. Os dois decretos sobre o martírio se referem a 2 grupos de mártires, num total de 34 vítimas da guerra civil espanhola; somando-se os confessores que receberam hoje o decreto sobre o milagre, ao todo são 43 novos beatos.
A causa de Pe. Eustáquio aguardava o decreto desde março de 2004, quando havia sido aprovado o milagre pela Congregação das Causas dos Santos. Quando um milagre é aprovado pela congregação, esta faz a petição ao papa, para que ele dê ou não o decreto reconhecendo o milagre oficialmente na Igreja. Como o Papa João Paulo II não havia feito isso em 2004, com o agravamento de sua saúde e morte, tudo ficou em suspenso (veja notícia de março 2004: Pe Eustáquio aguarda beatificação).
Papa Bento 16 reformulou a práticas das beatificações, e determinou que elas sejam feitas de agora em diante preferencialmente nas próprias dioceses que levaram adiante a causa. Será um delegado papal a presidir essas cerimônias, normalmente o prefeito da Congregação dos Santos, atualmente o Cardeal português Saraiva Martins. Assim que tivermos mais notícias, comunicaremos!
(Veja a biografia do Venerável Pe. Eustáquio)
Dia 30 de agosto de 2006 será celebrada pela primeira vez a comemoração litúrgica do Beato Pe. Eustáquio em todo o Brasil!
A seguir, veja matéria fornecida pelo Prof. José Vicente, biógrafo e membro da equipe da causa de canonização do Pe. Eustáquio;
conheça o site http://www.padreeustaquio.com/
A IGREJA RECONHECE MILAGRE EM CURA REALIZADA
POR INTERCESSÃO DO PADRE EUSTÁQUIO EM 1962
Dia 19 de dezembro, Sua Santidade o Papa João Paulo II, durante audiência com o Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para os Santos, ordenou-lhe promulgar o decreto no qual a Igreja reconhece como milagrosa a cura atribuída à intercessão do Venerável Servo de Deus Padre Eustáquio Van Lieshout, religioso da Congregação dos Sagrados Corações [Picpus], em favor do Padre Gonçalo Belém Rocha, sacerdote do clero diocesano da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Esta decisão pontifícia encerra o Processo de Beatificação e assegura que, em local e data a serem determinados, a Igreja o proclamará Beato em celebração de cerimônia solene, durante a qual será lida a mensagem de beatificação de Sua Santidade o Papa.
O agraciado pela cura
A cura apresentada no Processo ocorreu em 1962, em favor do Padre Gonçalo Belém, um dos 17 filhos de Joaquim José da Rocha e de Ana Diniz Belém Rocha, nascido na cidade de Contagem, em Minas Gerais, a 21 de dezembro de 1923. Ele tinha 39 anos de idade e exercia funções ministeriais de pároco da Paróquia de São Pedro Apóstolo, no bairro da Floresta, em Belo Horizonte. Atualmente, com 81 anos de idade, ele permanece residindo na capital onde exerce ministério pastoral como pároco emérito.
Diagnóstico
A grave moléstia que o acometera manifestou-se de repente, através de sintomas acentuados de incômoda rouquidão, agravada pelo aparecimento de sinais de inflamação. O quadro, que chegou a dificultar sua fala e a impedi-lo até mesmo de pregar, levou-o a sentir-se em grande aflição e tristeza, pois, todos os anos, durante o mês de maio, por devoção pessoal, ele pregava sobre a Santíssima Virgem Maria, enaltecendo a participação dela na vida de Jesus Cristo, da humanidade e da Igreja.
Embora em sua família tivessem ocorrido casos de tuberculose pulmonar, Padre Gonçalo, por natureza, sempre apresentou compleição avantajada e aspecto saudável. Seus males, até então, se resumiram à obesidade contra a qual fez tratamento, com sucesso e em 1959, à uma cirurgia de flebite na perna e, a seguir, outra, de varizes.
De maio a agosto de 1962, como se agravassem o quadro de rouquidão e persistentes sintomas de aparente estado gripal, aconselhado por parentes, amigos e superiores, Padre Gonçalo procurou os préstimos do doutor Pedro Melucci, médico do Hospital São Francisco, em Belo Horizonte. Além de submeter-se a acurados exames clínicos, realizou uma série de exames laboratoriais, inclusive biópsia, sob orientação e responsabilidade do doutor Celso Pedro Tafuri.
De posse de todos esses resultados, o doutor Pedro Melucci o encaminhou aos médicos professores Idalmo Geraldo Duarte e Carlos Alberto de Paula Sales, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais com fins de decisões referentes aos procedimentos cirúrgicos. Não houve qualquer tratamento com raios terapêuticos, medicamentos ou drogas e, após minuciosas consultas, os médicos determinaram a data para a realização da cirurgia.
Prognóstico
Com clareza e sinceridade, o padre foi informado da gravidade de seu estado, inclusive da falta de garantia da cura do mal e da presença de risco de morte. Foi-lhe enfatizado que a intervenção cirúrgica se apresentava como a única forma de êxito provável, pois tinha tumor canceroso em sua laringe, o epitelioma com certo grau de diferenciação, apresentando acentuados fenômenos regressivos. Deixar de realizar a cirurgia seria fatal; submetendo-se a ela, com sucesso, ficaria livre do câncer, mas perderia a voz, inevitável e definitivamente.
Resignado, Padre Gonçalo consolou-se com a possibilidade de continuar vivo, mesmo prevendo para todo o resto de sua vida desconfortáveis situações pessoais, pastorais e familiares antes jamais imaginadas.
Pregador eloqüente, ele não sabia de que forma poderia exercer o ministério da Palavra, quando estivesse privado da voz. Angustiava-lhe sobremaneira a previsão das limitações que a perda da voz imporia à convivência doméstica e diária com seus três irmãos, portadores de deficiência visual, que viviam em sua companhia.
A invocação ao Padre Eustáquio
Antes de decidir-se pela cirurgia com todos os seus riscos e as limitações dela decorrentes, por fraternidade, confiança e em virtude de sua vinculação ministerial à Igreja, reuniu-se com o arcebispo Dom João Resende Costa e seu bispo auxiliar, hoje Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo. Ambos, solidários e dispostos a acompanhá-lo nessa dolorosa etapa de sua caminhada, de imediato ouviram as explicações dos médicos que dele tratavam e buscaram pareceres de outros.
Impressionado com a gravidade do prognóstico e com a irreversível seqüela da intervenção cirúrgica, Dom Serafim Fernandes de Araújo, convencido de que a boa solução dependia exclusivamente da ajuda divina, sugeriu-lhe recorrer à intercessão do Padre Eustáquio van Lieshout cujo Processo de Beatificação se encaminhava para sua viabilização oficial.
De volta à sua casa, antes de nela entrar, o padre se ajoelhou diante do altar de sua igreja e entregou sua embaraçada situação de vida e morte aos cuidados do Padre Eustáquio. Neste mesmo momento, a Senhora Dolores Franco, sua paroquiana, veio ao encontro dele e o presenteou com um retrato e uma relíquia do Venerável Servo de Deus, que até hoje o padre conserva consigo, dizendo-lhe: “Padre Eustáquio vai curar o senhor!”
Padre Gonçalo, seus familiares, seus paroquianos e amigos e os próprios bispos de Belo Horizonte, fizeram suas preces e promessas, testemunhando sua fé em Deus e sua confiança no poder de intercessão do Padre Eustáquio que vivera e morrera a serviço da saúde e da paz.
A cura milagrosa
Desejoso de resolver da melhor forma possível todos os problemas e ameaças que pesavam sobre seu corpo e sua alma, confiante na ação misericordiosa de Deus, Padre Gonçalo tomou todas as providências cabíveis quanto à cirurgia e suas possíveis conseqüências. Na véspera do dia determinado para sua realização, com serenidade mas não sem receios, ele se internou no Hospital das Clínicas.
Pela manhã, antes das 7 horas, os doutores Idalmo Geraldo Duarte e Carlos Alberto de Paula Sales chegaram quarto do padre para se certificarem de suas condições pré-operatórias e determinar providências para seu imediato encaminhamento ao Bloco Cirúrgico. Mas surpreenderam-se ao examiná-lo: sua garganta amanhecera com aspecto sadio e cor natural. A rouquidão que já lhe caracterizava a fala havia desaparecido por completo.
Perplexo perante as alterações manifestas, o doutor Idalmo Geraldo Duarte solicitou a presença do professor Ildeu Duarte, Chefe da Clínica que, tendo examinado o paciente e analisado o resultado do diagnóstico anátomo-patológico, confirmou que não havia qualquer justificativa para a cirurgia. Não percebeu resquício do tumor que seria extirpado.
Cancelada a operação, surpreso, emocionado e feliz, Padre Gonçalo voltou para sua casa paroquial onde, passou alguns dias em absoluto silêncio, embora pudesse usar sua voz sem nenhuma manifestação de rouquidão e nenhum mal estar. Mas, a fim de não ser surpreendido por qualquer possível conseqüência de foco dentário, por determinação médica, extraiu todos os dentes.
Acontecera o fenômeno inexplicável que lhe trouxe saúde e paz.
A Palavra da Igreja
Além de responder à esperança manifestada e alimentada por mais de 60 anos por milhares de pessoas que testemunhavam a santidade do Venerável Padre Eustáquio e sua ação intercessora junto de Deus, o Decreto do Papa João Paulo II ratificou que a cura considerada pela Comissão dos Peritos Cientistas como rápida, completa, duradoura e inexplicável, em sua essência também foi milagrosa manifestação do Poder de Deus.
Belo Horizonte, 20 de dezembro de 2005
Prof. José Vicente de Andrade
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